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Bon Jovi 40 anos!

Biografia Bon Jovi

História da banda que foi de New Jersey para o Mundo

“It’s my life” "Whooo, livin’ on a prayer” "Could I, should I” “Aaaaaalways” "Wanted dead or alive” Qualquer pessoa, fã ou ainda não sendo fã de Bon Jovi, sabe cantar estes versos. Desde 1983 a banda vem colecionando hits e conquistando fãs no mundo todo.  Vem com a gente conhecer com detalhes esta história viva de muito sucesso!

Bon Jovi é uma banda de rock formada em 1983 em Sayreville, NJ, Estados Unidos, originalmente formada com Jon Bon Jovi como líder vocal e guitarra, Tico Torres na bateria e percussão, David Bryan nos teclados e vocais, Alec John Such no baixo e o lendário Richie Sambora na guitarra e segunda voz.

A banda passou por mudanças na sua formação, que trataremos mais adiante, mas atualmente ela é composta por Jon, David, Tico, Phil X na guitarra e Hugh McDonald no baixo.

Uma das mais bem sucedidas bandas de todos os tempos, Bon Jovi vendeu mais de 130 milhões de discos, performou em mais de 50 países, tem 15 álbuns de estúdio, produziu mais de 70 vídeo clipes, tem mais de 25 singles no top 1 da Billboard, vencedor de 25 prêmios, incluindo 1 Grammy e induzida ao Rock and Roll Hall of Fame em 2018.

Com uma extensa agenda de shows esgotados, turnês bem sucedidas e fora dos holofotes de escândalos, a marca Bon Jovi tornou-se sólida e conhecida no mundo todo, passando de geração para geração o amor pelas batidas, baladas, letras e shows com altíssima dose de energia. Tudo isso começou há muitos, muitos anos…

Pré formação do Bon Jovi “I can still remember when I was just a kid” (“ainda posso me lembrar de quando eu era apenas um garoto”) - Blood on Blood

Estados Unidos, meados dos anos 70. Movimento cultural em efervescência, liberdade sexual, feminismo, artistas contra a guerra do Vietnã. Vizinha à glamourosa e cara Nova Iorque, cidade em que “se você consegue fazer algo lá, consegue fazer em qualquer lugar”, como já cantava Frank Sinatra, há Nova Jérsey, cidade com bairros de classe média trabalhadora e operária. 

No bairro de adolescente John Francis Bongiovi Jr, tinha uma banda, Raze, e sonhava em ser músico. Havia aprendido a tocar guitarra com Al Parinello, um músico que há pouco havia se mudado para a vizinhança e havia despertado no garoto a magia da música. 

Aos 16 Jon conheceu David Bryan no colégio “Sayreville War Memorial High School” e, aos 17, ambos formaram a banda “Atlantic City Expressway (ACE)”, composta por 10 membros e que fazia covers de R&B, de Southside Johnny, Animals, Thin Lizzy e Bruce Springsteen.

A ACE tocava em clubes noturnos de Jersey, como Fast Lane, na Fourth Avenue, onde também tocavam U2, Ramones e Joan Jett. Durante 2 anos seguidos eles tocaram todos os domingos na Fast Lane, sempre para um público de menos de 20 pessoas.

Entre 1978 e 1979 a rotina dos meninos era ir para o colégio/casa/fazer shows em clubes noturnos por toda New Jersey. Tony Pallagrosi, membro dos Asbury Jukes que estava organizando shows na região, relata em entrevista que se impressionou com o carisma e magnetismo do vocalista John que, mesmo em um show para 20 pessoas, vibrava e já enlouquecia os fãs. Peter Mantas, amigo de Jon e empresário na época, relatou que saberia que algo diferente aconteceria ali, pois a histeria do público, mesmo que pequeno à época, era grande.

A ACE abria shows para jerseyans famosos, como a big band e amigo de longa data de Jon, Southside Johnny and the Asbury Jukes, tocando covers dos Asbury Jukes e de Bruce Springsteen, uma grande influência e referência para Jon. Um momento marcante ocorreu quando Bruce se juntou à banda para cantar “The Promised Land” (música de Bruce) na Fast Lane em 1980! 

Após cantarem juntos, Bruce perguntou onde eles haviam aprendido a tocar “Action in the Streets”, canção de Bruce and the E Street Band – tinham aprendido porque Jon investia todo seu dinheiro comprando discos e fitas – muitas vezes contrabandeadas, segundo Mantas. 

Mesmo que com 17, 18 anos, após os shows Jon e a banda costumavam frequentar as casas Funhouse e Cameo, na Main Street. No bar do Jefferson Hotel, na Ocean Avenue, conseguiam ter contato com Springsteen, os Asbury Jukes, Billy Hector (guitarrista de blues), the Shots, the Shakes. Para eles era inacreditável tudo aquilo que estavam vivendo.

Jon comenta que costumava dormir de madrugada, muitas vezes às 5 da manhã, e que chegava na escola com óculos escuros. Precisando de nota, certa vez ele pediu cola para uma prova de História para uma garota chamada Dorothea Hurley. Ela o ajudou e…bem, eles estão juntos há quase 40 anos. 

Pensando em crescer musicalmente, em 1980 Jon entrou para a banda The Rest, com o músico Jack Ponti – co-autor de “Shot through the heart” – que relata em entrevista a frustração e a depressão por não estarem conseguindo um contrato de gravação, por isso a banda acabou. Era para eles serem “a revelação” em Asbury Park,  a E Street Band e Southside Johnny tentaram ajudá-los, mas eles nunca saíram daquele círculo e, mesmo lá dentro, a banda não deslanchou. Eles chegaram a pagar 3 mil dólares para Billy Squier produzir uma demo, que não aconteceu. 

Com o fim rápido do Rest, Jon formou na sequência a “John Bongiovi and the Wild Ones”. Pellagrosi chegou a dar demos para amigos como Tom Whalley, da Capitol Records, que recusou a fita de forte influência de Asbury e toque de fã de Bruce – o que no longo prazo foi benéfico para Jon, pois ele talvez não tivesse as chances de se tornar tão popular se tivesse assinado com a Capitol.

Nasce Bon Jovi - “Calling for a wild time” - Chamando para jogar (Runaway).

Em 1980 Jon havia terminado os estudos e estava trabalhando em empregos temporários. Naquele verão ele começou a trabalhar na limpeza e como zelador na gravadora Power Station Studios, sediada em Nova Iorque e fundada em 1977 por seu primo, Tony Bongiovi. Ouvia os artistas que lá passavam e conseguia ensaiar e gravar enquanto o estúdio não estava sendo usado. Jon afirma que lá foi sua grande escola, onde ele escrevia, observava, aprendia, repetia, ensaiava, cantava e tocava. Viu passar por ele The Rolling Stones, Mark Knopfler, The Queen, David Bowie, Cher, Bob Dylan. 
Ele queria ir mais longe. Tinha o sonho de fazer sucesso e de viver de música e relata em entrevistas que sabia que com covers ele conseguiria dinheiro e garotas, mas não um futuro na música. Começou a se concentrar nas composições próprias.
Jon estava compondo e gravando várias músicas. Mantas havia apresentado George Karak (que trabalhava com Tony Romeo and the Sinners) a Jon e, numa tarde juntos, compuseram uma canção que se destacou: “Runaway”. 
“Runaway” tem uma gravação originalmente feita em 1981, incluída no “Power Station Demos”. Em 1982 Jon contratou músicos do “The All Star Review” – músicos que tocavam para outros artistas no Power Station naquele tempo: Tim Pierce na guitarra, Roy Bittan nos teclados, Frankie Larocka na bateria e Hugh McDonald no baixo para gravá-la no estúdio. 
Na sequência, levou cópias e mais cópias de cassetes da gravação para todos os selos e produtores imagináveis, mas sem retorno.
Perspicaz, Jon pensou: “quem é a pessoa mais solitária no mundo da música? O DJ”. Em 1983 havia uma nova estação de rádio em Lake Success, Nova Iorque, chamada WAPP 103,5 FM “The Apple” – era tão nova que nem havia recepcionista, então Jon conseguiu entrar e falar com John Lastman, diretor de promoção, e com o DJ Chip Hobart sobre sua fita e sua frustração de nenhuma gravadora tê-la ouvido ou retornado. Chip a ouviu e eles disseram a Jon que “Runaway” poderia ser incluída no álbum da rádio de “talentos locais”, participando de um concurso de bandas sem contrato. 
Meses depois, “Runaway” tocava nas rádios de Nova Iorque, Tampa, Chicago, Detroit, Denver e era o sucesso do verão de 1983. Jon sabia que agora tinha a atenção que precisava para mostrar outras de suas músicas. Só ainda não tinha…uma banda.
Era março de 1983 quando Jon conversa com David Bryan, recém saído da conceituada escola de música Juilliard e que iria estudar medicina, que, por sua vez, chama o baixista Alec John Such e o experiente e mais velho baterista Tico Torres, que já havia gravado com Miles Davis e tocado com Chuck Berry – ambos haviam tocado juntos na banda “Phantom’s Opera” e Tico tinha estabilidade na banda “Frankie and the Knockouts” (de Frankie Previte, que futuramente escreveria o hit de “(I’ve had) The time of my life”). Jon conta que foi até a casa de Tico para conversar com ele e convencê-lo de ir para sua banda. Faz parte dela até hoje.
Como suporte para guitarra estava presente o amigo Dave “Snake” Sabo, que viria a integrar o Skid Row. Ele e Jon haviam combinado que o primeiro que fizesse sucesso ajudaria o outro. Todos concordaram em fazer os shows de promoção do single.
Na guitarra, tanto Bill Frank, da ACE, quanto Snake Sabo estavam lá por um curto período de tempo. Alec e Tico haviam recomendado um guitarrista chamado Richie Sambora, de Woodbridge, que já havia tocado para Joe Cocker e convidado para uma audição para o Kiss, e que estava tocando na banda “Message”. Ele fez o teste no ensaio da banda, que ficava na Avenida New Brunswick. Ele era incrível e tinha uma excelente voz. Haviam encontrado o guitarrista da banda que levava o nome estilizado de Bongiovi.
A banda estava formada: BON JOVI. 
Em breve publicaremos a continuação desta história incrível da nossa banda!